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Seringas: Estrutura, Tipos, Funções e Detalhes Específicos

As seringas são instrumentos indispensáveis na medicina, enfermagem, odontologia, veterinária e áreas laboratoriais. Elas desempenham um papel essencial na administração de medicamentos, coleta de líquidos corporais e realização de procedimentos terapêuticos e diagnósticos. Embora pareçam simples, as seringas possuem variações específicas em função, formato, tamanho, capacidade e material. A seguir, aprofundaremos todos os aspectos importantes relacionados às seringas, explorando detalhes adicionais sobre suas partes, funcionalidades, manutenção e utilização.

Estruturas Detalhadas de uma Seringa

1. Bico

O bico é a extremidade superior da seringa, onde a agulha é fixada. Existem diferentes tipos de bicos, como o Luer Slip (encaixe simples) e o Luer Lock (rosqueável para maior segurança). Sua função principal é assegurar que a conexão com a agulha seja firme, evitando vazamentos durante a aplicação.

2. Êmbolo ou Stopper

O êmbolo é a peça interna que se move dentro do cilindro, responsável por empurrar ou aspirar o líquido. Na extremidade que entra em contato com o fluido, há geralmente uma vedação de borracha (stopper), que evita vazamento e garante precisão no deslocamento. O movimento do êmbolo regula o volume do líquido administrado ou aspirado.

3. Graduação

As graduações são as marcações no corpo da seringa que indicam volumes específicos em mililitros (mL) ou outras unidades de medida, como unidades internacionais (UI). Essas marcações são fundamentais para medir com precisão a quantidade de líquido a ser administrada ou aspirada. Cada tipo de seringa possui graduações específicas, dependendo de seu tamanho e uso.

4. Cilindro ou Corpo

O cilindro é a parte principal da seringa, geralmente feita de plástico ou vidro transparente, que contém o fluido. Ele é projetado para ser resistente e permitir a visualização do conteúdo, garantindo que não haja bolhas de ar. O corpo possui as graduações para medição e é onde o êmbolo desliza.

5. Flange ou Empunhadura

A flange é a estrutura plana ou saliente na base do cilindro, projetada para oferecer suporte durante o uso. É onde os dedos seguram a seringa enquanto o polegar pressiona ou puxa o êmbolo. Essa parte facilita o manuseio e a aplicação precisa, especialmente em procedimentos delicados.

6. Haste

A haste é a parte longa e rígida conectada à base do êmbolo. Ela serve como guia para o movimento do êmbolo dentro do cilindro. Ao puxar ou empurrar a haste, o êmbolo desliza no interior do corpo, permitindo aspirar ou administrar o líquido.

7. Base do Êmbolo

A base do êmbolo é a extremidade oposta ao stopper, geralmente em formato circular ou achatado, onde o dedo polegar é apoiado para movimentar o êmbolo. Ela é projetada para ser ergonômica, permitindo controle e conforto durante o uso.


Essas partes, em conjunto, formam um dispositivo simples, porém indispensável para a administração ou aspiração de líquidos em procedimentos médicos. Cada componente tem uma função crítica para garantir a precisão, a segurança e a eficiência do procedimento.

Tipos de Seringas em Detalhes

Seringas de Insulina:

  • Desenvolvidas para administração subcutânea de insulina, possuem graduação em unidades (U).
  • Tamanhos comuns: 0,3 mL, 0,5 mL e 1 mL.
  • Normalmente vêm com agulhas fixas ultrafinas para evitar desconforto ao paciente.

Seringas de Tuberculina (TB):

  • Usadas em testes cutâneos (como o PPD) ou aplicação de doses muito pequenas.
  • Capacidade de 1 mL, com graduação em décimos de mililitro para alta precisão.

Seringas de Lavagem/Irrigação:

  • Ideais para limpeza de feridas, cateteres ou cavidades corporais.
  • Podem ter bico cateter para conexão direta com tubos ou cânulas.
  • Geralmente maiores, com capacidade de 20 mL a 60 mL.

Seringas de Alimentação Enteral:

  • Utilizadas em nutrição enteral para administrar alimentos líquidos por sondas.
  • Construídas com bicos amplos, adequados para sondas de grande calibre.

Seringas Automáticas:

  • Amplamente empregadas em laboratórios ou veterinária para injeções repetitivas.
  • Permitem ajuste automático de dosagens, economizando tempo.

Seringas de Alta Pressão:

  • Utilizadas em injetores automáticos de contraste em exames de imagem, como tomografia computadorizada.
  • São mais resistentes para suportar altas pressões.

Tamanhos de Seringas e Aplicações

As seringas variam amplamente em capacidade, desde frações de mililitro até tamanhos muito grandes, como 100 mL. Cada tamanho é adequado para diferentes usos:

  • 0,3 mL a 1 mL: Para insulina, testes intradérmicos e medicações em doses pequenas.
  • 3 mL: Ideal para injeções intramusculares e subcutâneas de uso geral.
  • 5 mL a 10 mL: Comumente utilizadas em injeções intravenosas e aspirações moderadas.
  • 20 mL a 60 mL: Indicadas para aspiração de grandes volumes, irrigação ou administração de nutrição enteral.

Modelos de Bicos

Bico Luer Slip

  • Descrição: Este é o modelo mais simples e comum de bico de seringa. A agulha é encaixada diretamente no bico por meio de um deslizamento (sem rosca).
  • Vantagens: Fácil e rápido de usar.
  • Limitações: Pode haver desconexão acidental da agulha durante o uso, especialmente em procedimentos de alta pressão.
  • Usos:
    • Injeções intramusculares, subcutâneas e intravenosas.
    • Procedimentos que não exijam alta segurança na fixação da agulha.

Bico Luer Lock

  • Descrição: Esse modelo possui um sistema de rosca, permitindo que a agulha ou dispositivo seja fixado com segurança ao bico. O encaixe é feito girando a agulha para travar no bico.
  • Vantagens: Alta segurança contra desconexões acidentais, ideal para procedimentos de alta pressão ou longa duração.
  • Usos:
    • Administração de medicamentos intravenosos (IV).
    • Infusões de alta pressão (como bombas de infusão).
    • Procedimentos que exigem segurança na conexão, como anestesia ou quimioterapia.

Bico Slip Cônico ou Eccentric Luer Slip

  • Descrição: Similar ao Luer Slip, mas com formato cônico mais alongado, permitindo o encaixe direto de sondas, cateteres ou tubos sem o uso de agulhas. Deslocado para facilitar a administração paralela à pele, especialmente em injeções intravenosas.
  • Vantagens: Simples, permite conexão com dispositivos sem necessidade de travas ou roscas.
  • Usos:
    • Alimentação enteral (conexão a sondas).
    • Irrigação de feridas ou cavidades corporais.
    • Aspiração de líquidos ou secreções.

Bico Cateter

  • Descrição: Um bico mais alongado e cônico, projetado para conectar diretamente a cateteres, tubos ou sondas. Não é utilizado com agulhas.
  • Vantagens: Adequado para irrigação e aspiração em volumes maiores, além de aplicações específicas em sondas.
  • Usos:
    • Irrigação de feridas e cavidades (boca, nariz, ouvidos, olhos).
    • Aspiração de fluidos corporais.
    • Lavagem gástrica ou enteral.

Materiais de Fabricação

Plástico Descartável:

  • Amplamente usado por ser econômico, estéril e descartável após um único uso.

Vidro:

  • Ainda em uso para laboratórios ou medicações específicas. Requer esterilização cuidadosa.
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4d/Seringas_de_vidro%2C_Centro_de_Mem%C3%B3rias_do_Curso_de_Enfermagem_da_UFES_03.jpg

Metal:

  • Muito raro e antigas, utilizado em equipamentos veterinários ou situações industriais.

Cuidados no Uso de Seringas

  1. Esterilidade:

    • Manter as seringas estéreis até o momento do uso para evitar infecções.
  2. Descartar Corretamente:

    • Usar caixas para descarte de materiais perfurocortantes, protegendo profissionais e o meio ambiente.
  3. Escolha Adequada:

    • Selecionar a seringa correta para o procedimento garante precisão, segurança e eficiência.